Em artigo publicado em 23/01/18 na revista eletrônica Seafood Source, Madelyn Kearns relata as discussões ocorridas na edição deste ano da Conferência de Mercados Globais de Pescado (GSMC, na sigla em inglês) onde um painel tratou da percepção dos consumidores e os problemas que a tilápia vem tendo com a mídia sensacionalista no Estados Unidos, maior mercado mundial de tilápia.
Ficou claro que a tilápia sofre ataques constantes da mídia sensacionalista e que este aspecto vem contribuindo para piorar a percepção do público sobre a espécie. O Instituto de Pesca dos EUA (NFI) verificou que de 4600 artigos publicados sobre tilápia, 600 eram relevantes e destes 33% eram neutros e 44% positivos, enquanto que somente 23% foram enquadrados como negativos. No entanto, ficou claro na conclusão do estudo que os 23% negativos tinham um impacto desproporcional, sendo oriundos de sites de notícias sem qualquer supervisão editorial, sem o menor compromisso com a verdade e que ganham dinheiro conforme a quantidade de cliques que recebem. As mídias tradicionais apresentaram uma cobertura muito mais balanceada da tilápia.
A conclusão do painel foi que é preciso sempre estressar os atributos positivos da tilápia, como o fato de ser um peixe criado de modo sustentável, com proteína de alta qualidade e de sabor suave, além de sempre cuidar da qualidade do produto ao longo de toda a cadeia.
Como toque pessoal, gostaria de apelar a todos para serem mais responsáveis na hora de repassar informações que não tem certeza se são verdade (fake news). A nossa tilápia, a nossa aquicultura e todo o Brasil precisam agora de mais seriedade de todos nós.