4 motivos pelos quais a aquicultura pode ajudar na segurança alimentar mundial
Ao comparar a aquicultura com a agropecuária em terra, fica claro qual é a escolha mais ambientalmente responsável. No entanto, a análise permanece sobre a aquicultura, e ela levanta a seguinte questão “Por quê?”
No documento técnico, “Aquaculture’s Prominent Role in Feeding a Global Population”, dos colaboradores Michael Tlusty, Ph.D, diretor do Ocean Sustainability Science no Aquário da Nova Inglaterra e Neil Sims, co-fundador da Kampachi Farms LLC, é dito que essa controvérsia ocorre em parte devido, à agropecuária terrestre ter em torno de 10.000 anos. Além disso, a aquicultura é a utilização dos recursos de propriedade comum, o que leva ao deslocamento de pessoas que já utilizam esses recursos.
Por último, a indústria da pesca comercial tende a ver a aquicultura como uma concorrente. No entanto, com uma população global crescente, a aquicultura pode ser a resposta que a indústria de frutos do mar está procurando para fornecer mais peixe e proteínas nos próximos anos.
Com base na discussão da publicação de Tlusty e Sims, são apresentadas quatro razões pelas quais a aquicultura é a resposta à demanda de alimentos da população global.
1 – O impacto da aquicultura é menos prejudicial do que o da agricultura em terra.
Apesar de a produção e colheita de frutos do mar continue a ser uma preocupação substancial, se feito corretamente a aquicultura tem menos impacto ambiental do que outras formas de agricultura. Isto ocorre porque o ambiente suporta plenamente a presença dos frutos do mar. Por exemplo, peixes e mariscos requerem menos recursos para crescer do que outras fontes de proteínas terrestres. Além disso, comparado a outras proteínas, a emissão de gases do efeito estufa gerados pelos frutos do mar são bem pequenas.
2 – O consumo global de frutos do mar irá crescer.
A população mundial deverá aumentar substancialmente nos próximos 25 anos para cerca de 9 bilhões de pessoas. Por sua vez, a indústria de frutos do mar é confrontada com a adaptação a essas mudanças, e, mais importante, direcionar-se para aumentar a sua produção. Embora atualmente se estime que metade dos frutos do mar seja capturada e a outra metade seja cultivada, é esperado que no futuro, esse número mude dramaticamente. O projeto Fish 2030 estima que, até 2030, 62 % dos frutos do mar serão cultivados, enquanto 38 % serão capturados.
3 – A aquicultura contribui para a segurança alimentar global.
À medida que a população cresce, o mesmo acontece com a necessidade adicional de proteínas. Para resolver este problema, é necessário que haja um senso de proteína sustentável. A aquicultura desempenha um papel significativo na segurança mundial dos alimentos – por causa da estabilização da pesca, mais do que nunca peixes e proteína aquática vem da aquicultura. A aquicultura moderna permite o crescimento da oferta alimentar, em um nível global de produção de proteínas.
4 – A produção de peixes menores pode contribuir com as metas de sustentabilidade.
A indústria atualmente opera com base em grandes peixes selvagens capturados, uma vez que os consumidores estão acostumados a comer peixes grandes que só existem no oceano. Este é um ponto-chave, desde que se gerencie a pesca de grandes indivíduos selvagens para manter os estoques saudáveis e garantir a permanecia de exemplares no oceano aptos a se reproduzir. Com a aquicultura, no entanto, há benefícios na produção de peixes menores. Em 2011, os autores analisaram os processos de produção quando o tamanho do peixe é diminuído. O estudo mostrou que a produção da aquicultura foi aumentada em 50 % quando o tamanho do peixe foi menor. Além disso, a diminuição no tamanho dos peixes também gera economia de ração.
Fonte: Tradução para o português do texto original publicado em 20 de janeiro de 2015 no site www.seafoodsource.com.